Ele é apontado como um dos cabeças envolvido em Crime Ambiental em Novo Progresso-Pa.
O empresário Ismael Wathier Martins, conhecido como “Ismael do Duvalle”,
que se encontrava foragido da Justiça desde 23 de Agosto de 2014,
quando foi deflagrada a Operação Castanheira, se entregou na tarde
desta terça-feira (09/12) na sede da Polícia Federal, em Santarém.
De acordo com o Ministério Público
Federal , Ismael se entregou ao Delegado da Policia Federal Dr.
Josivaldo e está aguardando para ser transferido para Belém-PA. Conforme
informações o advogado do empresário entrou com pedido de liberdade do
cliente e aguarda decisão da justiça.
O processo tramita na Justiça Federal em Itaituba-Pa.
Entenda o Caso -Operação Castanha
A operação é resultado de uma
investigação conjunta da Polícia Federal, do IBAMA, da Receita Federal e
do Ministério Público Federal. 96 policiais federais e 19 servidores do
Ibama participam da ação.
Investigações apontaram que a quadrilha
agia invadindo terras públicas (dentre elas, a Floresta Nacional do
Jamanxim) e realizava desmatamentos e queimadas para formação de pastos.
Posteriormente a área degradada era loteada e revendida a produtores e agropecuaristas, diz a PF.
Os envolvidos serão indiciados pelos
crimes de invasão de terras públicas, de furto, de crimes ambientais, de
falsificação de documentos, de formação de quadrilha, de sonegação
fiscal e de lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem ultrapassar os
50 anos de reclusão aos condenados.
MPF pede mais de 50 anos de cadeia para desmatadores da Amazônia
Grupo provocou danos ambientais de pelo menos R$ 500 milhões no sudoeste do Pará
O Ministério Público Federal (MPF) pediu
à Justiça a condenação a um total de 1077 anos de cadeia para
integrantes de organização especializada em grilagem de terras e crimes
ambientais em Novo Progresso, no sudoeste do Pará.
O grupo foi pego em 27 de agosto pela
operação Castanheira, uma investigação da Polícia Federal, Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Receita Federal e MPF. A denúncia
foi feita à Justiça no último dia 23.
Parte da quadrilha está em prisão
preventiva , parte já conseguiu relaxamento da prisão e outros estão
foragidos. Em relação os presos que já foram soltos, o MPF já recorreu à
Justiça para pedir a manutenção das prisões.
Os denunciados estão listados abaixo, com as respectivas penas máximas solicitadas pelo MPF.
Como a quadrilha operava - O grupo
invadia terras públicas, desmatava e incendiava as áreas para formação
de pastos, e depois vendia as terras como fazendas, registra a denúncia.
A prática chegava a render para a quadrilha R$ 20 milhões por fazenda.
Ezequiel Castanha tem R$ 30 milhões em multas por crime ambiental, segundo Ibama (Foto: Reprodução/ Globo Rural) |
Durante essa rotina eram praticados 17
tipos de crimes, incluindo lavagem de dinheiro (confira abaixo os
crimes). De acordo com a investigação, pelo menos 15,5 mil hectares
foram desmatados pela quadrilha, resultando em um prejuízo ambiental
equivalente a R$ 500 milhões, no mínimo. Segundo o MPF, as pessoas e
empresas que promovem negócios com esse tipo de quadrilha, para o
arrendamento ou compra das áreas invadidas, podem estar sujeitas às
mesmas penas às quais os integrantes da quadrilha podem ser submetidos.
Todas as áreas griladas (invadidas) ficarão bloqueadas e não serão
objeto de regularização fundiária.
Desmatadores de peso – A BR-163, onde a
quadrilha atuava, concentrou cerca de 10% de todo o desmatamento da
Amazônia nos últimos dois anos. Na data da operação Castanheira, a taxa
de desmatamento semanal era de mais de 3,4 mil hectares.
Na semana seguinte às prisões, esse
índice despencou para menos de 900 hectares. E, na primeira semana de
setembro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou
desmatamento zero.
Para o MPF, essa tendência de queda no desmatamento deve continuar caso as prisões sejam mantidas.
Outras quadrilhas com atuação semelhante
à do grupo denunciado estão sendo investigadas pelas instituições
responsáveis pela operação Castanheira. Essas quadrilhas serão alvo de
operações assim que concluídos os levantamentos de provas.
Denunciados e penas máximas a que estão sujeitos, além dos agravantes e multas, segundo a denúncia do MPF:
Alanda Aparecida Rocha: sujeita a 54 anos de cadeia
Amarildo Domingos da Silva: sujeito a 55 anos de cadeia
Anderson Fernando Lisiak: sujeito a 32 anos de cadeia
Berenice Cristina Vignara Grota: sujeita a 54 anos de cadeia
Boleslau Pendloski Filho, o Nenê: sujeito a até 55 anos de cadeia
Cleber Aparecido Bergo: sujeito a 54 anos de cadeia
Edivaldo Dalla Riva,o Paraguai: sujeito a até 54 anos de cadeia
Edson Barbosa da Mata: sujeito a 16 anos de cadeia
Eloir Gloss, o Polaco: sujeito a 54 anos de cadeia
Ezequiel Antônio Castanha: sujeito a até 54 anos de cadeia
Felipe de Oliveira Martins: sujeito a 54 anos de cadeia
Freud Fraga dos Santos: sujeito a 32 anos de cadeia
Giovany Marcelino Pascoal: sujeito a 49 anos de cadeia
Ismael Wathier Martins: sujeito a 54 anos de cadeia
Luiz Henrique Tavares: sujeito a até 54 anos de cadeia
Luiz Lozano da Silva, o Luizinho: sujeito a 43 anos de cadeia
Mirna Aparecida Antunes: sujeita a 54 anos de cadeia
Onério Castanha: sujeito a até 55 anos de cadeia
Roque Isoton: sujeito a até 13 anos de cadeia
Saulo Furtado: sujeito a até 25 anos de cadeia
Sônia Maria Vignaga: sujeita a 54 anos de cadeia
Wilson Aparecido Gomes: sujeito a 54 anos de cadeia
Crimes denunciados pelo MPF:
*auto-acusação falsa
*danificação de Unidades de Conservação
*desmatamento de floresta em terras públicas
*destruição de floresta de preservação permanente
*dificultação ou proibição de fiscalização ambiental
*falsidade ideológica
*falsificação de documento particular
*frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho
*invasão de terras públicas
*lavagem de dinheiro
*obstrução da regeneração da vegetação
*participação em grupo de furto
*prática de crimes em sequência
*provocação de incêndio em floresta
*trabalho para organização criminosa
*uso de documento falso
*utilização de motosserra sem licença ou registro
Processo nº 1843-57.2014.4.01.3908 – Justiça Federal em Itaituba-Pa.
Fonte: Redação Jornal Folha do Progresso com informações Ministério Público Federal Santarem/Pará
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